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segunda-feira, 18 de maio de 2009

SIMERS e os leitos psiquiátricos

Hoje pela manhã ouvi uma propaganda do SIMERS (sindicato médico do RS) que falava sobre a falta de leitos psiquiátricos. Aparentemente, parece mais um problema do caótico sistema de saúde brasileiro. Tentei entender um pouco mais sobre essa história.

A psiquiatria ainda é vista como a especialidade de loucos. Diga para um amigo: cara, acho que tu tem que consultar com um Psiquiatra! Provavelmente, dependendo do amigo, você será agredido e ,certamente, perderá a amizada do amigo, um pseudolouco! Claro, no seu entender ele precisa de ajuda.

A visão distorcida da psiquiatria remete aos remotos tempos da incapacidade de compreender os distúrbios psiquiátricos. A evolução digital dos últimos 50 anos foi acompanhada de perto pela Medicina. Exames que exploram o interior do corpo humano com um riqueza surpreendente de detalhes estão cada vez mais ao alcance da pessoas e de seus médicos.

O que houve foi a imagem distorcida do psiquiatra como o médico dos loucos! Sim, isso mesmo, o médico que cuida de loucos. Por isso é tão feio consultar com esse cara. A evolução da tomografia e da ressonância magnética mudaram a visão da doença mental. Hoje, é possível não só avaliar a porção anatômica do indivíduo, mas também a parte funcional do cérebro. Sabe-se exatemente onde estão as áreas responsáveis pelos sentidos, pela fala, pelo controle das emoções. Esse conhecimento gerou uma especialidade moderna e eficiente.

Talvez por desconhecimento técnico da medicina, algumas pessoas ficaram na era pré-evolução. E agarradas a conceitos de que os loucos devem ser cuidados de forma diferente, sugeriram a redução dos leitos psiquiátricos. Tente internar um paciente vítima de crack para você ver a dificuldade. Os hospitais estão despreparados para recebe-los. Não existem leitos e profissionais qualificados. Tudo isso em relação a visão de pessoas que ainda acreditam que os hospitais psiquiátricos funcionavam como depósitos de pessoas.

Concordo que um dia isso foi assim. Hoje, não é mais. Privar o dependente químico de cuidado e atenção. Oferecer um local adequado que lhe ofereça segurança. Tanto para ele como para os que o cercam.

O que vemos hoje, são notícias de mães que matam seus filhos. Como um último recurso para manter a sua própria vida. Será que isso é o normal? Não sei...acho que não. Devo estar ficando louco e escutei vozes no rádio...foi uma alucinação auditiva essa notícia. Não me mande ao psiquiatra!

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