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sábado, 12 de janeiro de 2013

Lembrar, sentir, ousar...até o fim!


É inerente ao ser humano a busca de novos desafios. Uma hora ou outra eles aparecem na tua vida. Não tenho dúvida alguma que o primeiro desafio solitário da minha vida foi o vestibular. Posso considerar outros (meio clichês, mas foram!) como caminhar sozinho, abandonar as fraldas, superar o primeiro pé na bunda, etc... Hoje, uma galera vai enfrentar o seu primeiro desafio. Um desafio solitário, exigente, angustiante, exigente. Mas que trará uma recompensa que muda a vida de qualquer um. Passar no vestibular é uma sensação indescritível. E passar no que se quer é melhor ainda. 

Se não der hoje, uma hora dá. O que não dá é pra entender a reprovação como um evento definitivo, terminal, que sacramenta o teu destino. Entrei na engenharia, saí! Voltei pro cursinho e fiquei mais 4 anos tentando passar. Eu não preciso que ninguém me diga como é a dor da reprovação. Eu mesmo senti na pele. Não conquistar o objetivo é uma sensação de fracasso imensa. Por vezes, ficava com a nítida sensação de que passar na Medicina não era pra mim. Por mais que eu me esforçasse, por mais que eu lutasse nada era o suficiente para passar no vestibular de Medicina.

Eu talvez não acreditasse que passaria, mas sabia que seria médico. Mas esse sentimento dicotômico é avassalador para qualquer ser vivo. Como diz Fernando Pessoa (sim, essa frase retumba na minha cabeça!): "quem tem alma não se acalma". Acredito que essa falta de calma é fundamental para a aprovação. Isso significa que temos alma. É nessa hora, quando NINGUÉM acredita em ti, que a alma vai fazer a diferença. "Ok, ninguém acredita, mas eu vou seguir"! Essa decisão é pessoal, difícil e intransferível. Cabe ao próprio indivíduo decidir seguir viagem em mar revolto. Na aviação, o dia ideal, aquele indicado para um voo seguro, é chamado de céu de brigadeiro. Não, o vestibular não é um céu de brigadeiro. Encontrei muitas turbulências no meu voo. Além de escalas e atrasos nas conexões. Mas cheguei no meu destino.

Tô escrevendo esse texto sentado dentro do meu consultório. Depois de ter atendido a tarde toda (sim,  atendo no sábado, mas e daí?). Se hoje cheguei até aqui foi porque tive que passar pelo vestibular. E vestibular vem do latim - vestibulum -  e significa átrio, portal, entrada. Para o cara ser médico ele tem quem passar nessa prova. Hoje, sei que uma reprovação a mais ou a menos não mudaria o meu futuro. Mas desistir teria mudado. Se eu tivesse desistido trabalhar no sábado seria um suplício. Se eu tivesse desistido não responderia milhares de mensagens por mês. Se eu tivesse desistido eu te diria agora: "desiste, não dá"!

Como eu não desisti, hoje eu te digo: NÃO DESISTE! Se tu quer REALMENTE isso vai atrás do TEU sonho. Não ouça os outros que te dizem que é impossível. Como diz a música: "mas pra quem tem o pensamento forte o impossível é só uma questão de opinião, eu disse que só os loucos sabem". Eu não considero meu trabalho um trabalho. E cada vez que compartilho a experiência de atender alguém eu te digo: não tem sensação igual no mundo! Ter a oportunidade de ajudar alguém é uma sensação indescritível. E ajudar nem sempre é dar a dose certa daquela medicação. Muitas vezes, ajudar alguém é dizer a palavra certa. E se tu chegou até aqui eu te digo: boa prova! Não desiste do que tu realmente quer!