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quinta-feira, 1 de abril de 2010

Big Brother, Collor, Dourado e o patinho feio...todos fomos um dia?

O fato de eu trabalhar com grupos chama a atenção das pessoas. Psicoterapia individual já é uma situação que muitas pessoas veem com estranheza. Psicoterapia ou grupoterapia ainda mais. Se sozinho já é esquisito, imagina em grupo. Diversos trabalhos científicos, realizados por pesquisadores do mundo inteiro, mostram que a psicoterapia de grupo é altamente efetiva. Cabe ao paciente escolher a forma que mais lhe convém. Dentro do estudo dos grupo, existem as dinâmicas grupais. Ou seja, a forma como os grupo funcionam.

Todos nós, estamos inseridos em grupos. Primeiro a família, depois os amigos, a escola, a sociedade em que estamos inseridos, o time do coração...etc, etc, etc. Ou seja, sempre estamos em algum grupo. O ser humano é gregário por natureza. 

Não vou criticar o Big Brother, esse não é o meu papel. Pediram que eu escrevesse sobre o grupo, o funcionamento do grupo. Por não ser o meu programa de TV favorito e nem ter acompanhado o andamento do programa inteiro, fiquei excluído desse numeroso grupo de brasileiros que assistiu o reality show. Mas fui obrigado a assistir a final. O que foi suficiente. Afinal, um resumo sobre o que aconteceu durante todo o desenrolar do programa aconteceu no dia decisivo.

Milhares de brasileiros se inscrevem todos os anos em busca da fama e da grana oferecida. 1 milhão e meio não é de todo ruim. Alguns atingem o pseudosucesso. São selecionados e ingressam na tão sonhada casa. Lá dentro, tem suas vidas expostas em praticamente todos os lares brasileiros. Durante os primeiros dias, é fácil manter uma imagem perfeita. O tempo passa, surge um grupo dentro daquele ambiente fechado. As vaidades, as manias aparecem com força máxima. Personalidades de todos os tipos são confrontadas. Diferenças de vida, de pensamento são postas em convivência.

A cada semana um participante é eliminado desse jogo. Creio que aqui começa a vitória do gaúcho e colorado Dourado. Ele havia sido eliminado em alguma edição anterior. Por favor, me entendam e nem me peçam a importante informação sobre qual a edição em que ele participou e foi eliminado anteriormente. Seria demais pra mim. Ele reingressa na casa, com outra participante também eliminada em alguma edição passada. Os novos participantes não gostaram. Esse novo grupo não gostou. Unidos, decidiram eliminar os "velhos" participantes". Péssima idéia. Havia um microgrupo dentro do pequeno grupo. Os antigos tinham uma única chance. E usaram para a sobrevivência de um deles. Ou seja, o rejeitado gaúcho ganhou uma sobrevida. Entretanto, ficou sozinho na casa. Aqui começa a sua vitória. rejeitado por todos, excluído, deixado de lado ele se fechou. E teve sorte nessa hora. Foi salvo novamente, na segunda semana. 

A partir daí todos sabem o final. Ele ultrapassa os paredões contra os mais fortes postulantes ao efêmero sucesso do Big Brother. Agora surge um outro grupo. Os telespectadores. Que desejando justiça, derrubam os fortes candidatos. O pensamento de milhões de brasileiros foi: ele enfrentou TODOS sozinhos, NINGUÉM gosta dele...isso já me aconteceu uma vez e é muito ruim! Diante desse novo fenômeno de grupo, ele ressurge das cinzas e conquista o título. Sua vida exposta, milhares de entrevistas, fãs espalhados por um país de dimensões continentais elevam o patinho feio ao posto de cisne! A história tem final feliz. 

Dourado recria no século 21 a história do patinho feio. Aquele que é estranho, esquisito, rejeitado por todos. Mudaram os personagens, a forma como o patinho feio vira o cisne. Mas a essência foi mantida. Isso já aconteceu com todos nós em algum momento de nossas vidas. 

Realmente, os grupos existem...assisti a final...parei pra ver o Big Brother...pensando bem, hora de trabalhar. Nada de ser excluído por algum grupo. Talvez eu acabe no Big Brother...ou quem sabe vire presidente do Brasil...uma vez surgiu um caçador de marajás...nossa, que medo! E conquistou os votos de milhões de brasileiros. Ele prometeu acabar com os "ladrões". Acabou sofrendo um impeachment e perdeu o cargo. Nunca esquecendo o sumiço do dinheiro das poupanças de milhões de brasileiros. Ele era o líder dos marajás. Grupos e seus fenômenos...cuidado...nem sempre o patinho feio vira um cisne...ele pode ser realmente feio. Esses contos de fadas...o final nem sempre é tão feliz. Pense na hora de votar. Pode não ser o Dourado novamente...