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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Seguindo...

MÉDIAS

UFRGS

UFCSPA

1997

712,61

694,59

1998

705,39

698,14

1999

709,94

712,43

2000

707,41

703,66

2001

708.80

699.58

2002

708.28

716.60

2003

694,49

706,23

2004

700,66
706,86

2005

704,73
696,66

2006

718,23

Rompimento

2007

708,90

2008

722,59

Cotas

Cotas

675,21

2009

721,05

Cotas

671,81

2010

736,68

ENEM

Cotas

676,82

Recorri aos números. Busquei as notas dos últimos 13 anos do vestibular de Medicina. Fiz uma tabela e ilustrei alguns dados. Cada sinalização busca mostrar pontos importantes.
Observe que os anos passaram e a média pouco mudou. A variação da nota é decorrente de uma ou outra prova que foi mais "fácil" ou mais "difícil". Essa oscilação na média da prova ocasionava uma discreta variação para cima ou para baixo na média final. Repare que mudou a década e a mudança foi imperceptível.

A situação começa a mudar no vestibular de 2006. A antiga FFFCMPA rompe com a UFRGS e organiza o seu próprio vestibular. Estava acabando a união. Os vestibulandos de Medicina deixavam de optar pela UFRGS ou pela FFFCMPA. A partir daquele momento era possível fazer os dois vestibulares. Mais uma chance? Na minha opinião não. Fossem os listões estáticos sim. Como estáticos? Os candidatos fariam os dois vestibulares e ficariam nas mesmas posições em ambos. O que é impossível. O primeiro resultado mostrou poucos nomes em comum no listão. Ocorreram intermináveis chamadas.

O segundo aumento na média, que eu considero significativo, foi no surgimento das cotas. Além do rompimento UFRGS e UFCSPA , houve uma redução de 30% no número de vagas. Elas caíram de 140 para 98 vagas oferecidas para o acesso universal. A média subiu 14 pontos nesse ano. Nesse momento, as vagas da UFCSPA compensavam essa perda. Permanecíamos com um bom número de vagas para Medicina.

O terceiro e ainda mais significativo aumento na nota ocorreu em 2010. O "nascimento" de um novo ENEM mudou radicalmente a situação. Além de mexer na média final da UFRGS, houve a perda de vagas. Duas das maiores universidades gaúchas, escolas com tradição na formação médica, abandonam o vestibular tradicional. Aderem ao novo ENEM. Perdemos 184 vagas. Porque perdemos? Por que o ENEM é uma prova em âmbito nacional. O Brasil inteiro concorre. Foram disponibilizadas 595 vagas em todo o país. Dessas, 184 são vagas GAÚCHAS! O resultado era "favas contadas". As médias aumentariam por si só. Mas a adesão parcial da UFRGS ao novo ENEM piorou o quadro. As médias subiram significativamente. Chegamos aos "inimagináveis" 736 pontos.

Não sei se o ENEM está certo ou errado. A proposta inicial era criar um novo jeito de avaliar os estudantes. O que se viu na primeira edição foi uma repetição do tradicional vestibular.

Mexer na educação não é realizar uma nova prova. Mexer e mudar a educação é capacitar novos professores, remunerá-los dignamente. Mexer e mudar a educação é mudar a mentalidade dos estudantes. É ensiná-los a pensar. É ensiná-los a mudar o pensamento, a terem o seu próprio pensamento. É mudar a mentalidade de estudantes que não valorizam o estudo.

Atualmente, estudar é "feio". O estudante que "estuda" é menosprezado, desvalorizado pelos colegas. Ele é o "nerd". Legal é passar de ano sem estudar. Legal é criticar o professor que cobra e exige dos seus alunos. Não é o ENEM que vai mudar esse contexto. O que vai mudar a educação desse Brasil estagnado são políticos audaciosos e corajosos. Mas daí já tô pedindo demais. Hora de ajudar os que REALMENTE querem mudar a sua vida. O país, cabe aos governantes, e eu não vislumbro essa possibilidade num curto espaço de tempo.

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